Retrato de Teixeira Gomes

, 1911

Columbano Bordalo Pinheiro

Óleo sobre tela

55 × 43 cm
assinado e datado
Inv. 646 – A
Historial
Doação de Manuel Teixeira Gomes, em 1930.

Exposições
Lisboa, 1911, 6; Paris, 1913; Lisboa, 1914, 86; Lisboa, 1918, 30; Paris, 1931, 64; Lisboa, 1932; Lisboa, 1957, 72; Lisboa, 1980, 56, p.b.; Paris, 1987, 199, p.b.; Lisboa, 1988, 199, p.b.; Queluz, 1989, 45; Portimão, 2009, 13.

Bibliografia
MACEDO, 1952, XCV, cor; PAMPLONA, 1954, vol. I; Jornal do Comércio, 1957, 7, p.b.; Revista e Boletim da Academia Nacional de Belas Artes, 1957, 16 – 17, p.b.; LUCENA, 1957, 29 e 32.; SANTOS, 1957, 7.; FRANÇA, 1967, vol. II, 264, p.b.; FRANÇA, 1979, 26, p.b.; Columbano, 1980, 54, p.b.; FRANÇA, 1981, 85, p.b.; FRANÇA, 1987, 41, p.b.; FRANÇA, 1988, 232, p.b.; SANTOS, 2009, 13, cor.
Grande amigo de Columbano, com o qual manteve larga correspondência, Manuel Teixeira Gomes foi um notável e talentoso escritor, de uma prosa verdadeiramente visual e plástica. Coleccionador de arte, diplomata de talento e embaixador em Londres da jovem República Portuguesa, rico comerciante algarvio, viajante incansável, apaixonado visitante de museus e galerias, Teixeira Gomes foi também retratado por Columbano, em enriquecimento da excelente galeria pictural que o pintor criou, a dos maiores intelectuais portugueses dos últimos tempos da Monarquia e dos começos da República.
Teixeira Gomes faz parte deste universo intelectual, na definição do melhor retrato mental do Portugal daqueles períodos, transitados um para o outro sem sobressalto mental. Uma pose elegante e recatada transmite-se no retrato deste intelectual sentado de mãos cruzadas, de discreta dignidade, futuro Presidente da República então aclamada. A mancha comanda a composição, em pinceladas soltas e ágeis que se tornam indistintas do fundo. Os motivos esboçados do tapete adquirem maior minúcia do lado direito da tela, definindo um tremó espelhado sobre o qual assenta um busto setecentista, signos de um recato coleccionista, na definição de uma atmosfera intimista.

Rui Afonso Santos