Retrato de Eduardo Brazão

, c. 1909

Columbano Bordalo Pinheiro

Óleo sobre tela

152 × 91,5 cm
Inv. 641
Historial
Doação de Emília Bordalo Pinheiro, viúva do artista, em 1930.

Exposições
Lisboa, 1911; Paris, 1931, 76; Lisboa, 1932; Lisboa, 1937, 11; Luanda, Lourenço Marques, 1948, 35; Lisboa, mnac, 1957, 71; Lisboa, 1979; Lisboa, 1980, 58 p.b.; Paris, 1987 – 1988, 198, p.b.; Lisboa, 1988, 198, p.b.; Queluz, 1989, 42; Lisboa, 1994, 66; Lisboa, 2006.

Bibliografia
MACEDO, 1952, LXXXIII, p.b.; PAMPLONA, 1954, vol. I; A Companhia Rosas & Brazão: 1880 – 1898, 1979, 29, cor; Columbano, 1980, 55, p.b.; FRANÇA e COSTA, 1988, 230, p.b.; LAPA, 1994, 66, cor; SILVA, 1995, 70 – 71.
Ao longo desta década os fundos voltam a aclarar-se, não com a densidade matérica da década de oitenta, pelo contrário, servidos por um esfregaço quase transparente que os torna mais expressivos e participantes na globalidade do retrato. Neste caso a pincelada perfila-se em segmentos pontiagudos criando uma atmosfera agressiva. A separação entre o fundo e o chão é obnubilada e a carpete apenas esboçada. A composição da figura é constituída por cinco pontos de tensão: são eles os pés e as mãos fechadas, que formam os vértices de um quadrado, e a cabeça que, com as mãos, forma um triângulo sobre o quadrado. A postura contraída do actor Brazão activa uma tensão que se repercute na estrutura da composição. Os olhos sublinhados por pequenos segmentos carmim, bem como os extremos das orelhas iluminados conferem uma dimensão pré-expressionista ao retrato, que infelizmente não terá continuidade na obra do artista.

Pedro Lapa