Retrato de Bulhão Pato

, 1883

Columbano Bordalo Pinheiro

Óleo sobre madeira

30,5 × 23 cm
assinado e datado
Inv. 1107
Historial
Adquirido pelo Estado em 1945.

Exposições
Lisboa, 1883, 8; Lisboa, 1904, 48; Paris, 1931, 63; Lisboa, 1932, 63; Lisboa, 1948; Lisboa, 1957, 13; Lisboa, 1980, 14, p.b.; Queluz, 1989, 36; Lisboa, 1994, 57; Lisboa, 1994, 58; Lisboa, 2002; Lisboa, 2005; Lisboa, 2007.

Bibliografia
ARTHUR, 1896, 80; PAMPLONA, 1943, 118; SALAZAR, 1945, p.b.; MACEDO, 1952, XVI, p.b.; MACEDO, 1953, 536, p.b.; PAMPLONA, 1954, vol. I; LUCENA, 1957, 32; Revista e Boletim da ANBA(...), 1957, 32 – 33, p.b.; FRANÇA, 1967, vol. II, 265; SAMPAYO, 1969, 8, p.b.; Columbano, 1980, 20, p.b.; LAPA, 1994, 110, cor; ELIAS, 2002, 104; LAPA, 2003, 1; Columbano Bordalo Pinheiro, 1874 – 1900, 103.
Executado no ano de regresso a Portugal, este primeiro retrato de Bulhão Pato apresenta, relativamente a obras anteriores, uma paleta bem mais clara em torno dos ocres. O claro-escuro dilui-se quase por completo. As pontuações matéricas dos quadros da fase parisiense generalizam-se a toda a superfície. O fundo claro, realizado através de uma mistura de ocre com salmão claro, permite recortar a figura mais escura. A mancha de contorno indefinido faz-se princípio absoluto, rejeitando a descrição em favor de uma planificação das várias manchas distribuídas por sobreposições ritmadas, sobretudo na zona inferior direita do quadro. O rosto e principalmente os olhos e o nariz contrastam com a diluição geral da composição, num desejo de reconhecimento do retratado – caução inevitável que o alheamento de uma certa modernidade por parte do artista jamais contornaria.

Pedro Lapa