C9

, 1954

Joaquim Rodrigo

Óleo sobre tela

73 × 60,5 cm
assinado e datado
Inv. 2980
Historial
Doação de Sofia Agrela em 2008.

Exposições
Lisboa, 1954, 7; Lisboa, 1955, 24; São Paulo, 1957, 10; Lisboa, 1964, 113; Lisboa, 1972, 26; Lisboa, 1999, 167, cor; Lisboa, 2002; Castelo Branco, 2002; Lisboa, 2004; Lisboa, 2006.

Bibliografia
I Salão de Arte Abstracta, 1954, 7; Exposição de Pintura Moderna Portuguesa, 1955, 24; 9 Pintores de Portugal na IV Bienal (…), 1957, 10; FRANÇA, 1960; FRANÇA, 1964; 1.º Salão de Claro-Escuro, 1964, 113; Joaquim Rodrigo, 1972, 26; CHICÓ (et al.), 1973, 13, p.b.; RODRIGO, 1982, p.b.; FRANÇA, 1988, cor; GAC, 1999, 106-107, cor; LAPA, 1999, 25-27, 165, 167, cor; LAPA, 2000, 34, cor; SANTOS, 1999, 10; Figuração e Abstracção nas Colecções (…), 2002, 48-49, cor.


Esta pintura prescinde da cor para se concentrar numa pesquisa sobre a forma. A composição sobrepõe na vertical um conjunto de formas biomórficas escalonadas e horizontalmente desenvolvidas, enquanto elas se correspondem e contrapõem no paralelismo que mantêm entre si. No seu alongamento e planificação experimentam a bidimensionalidade da superfície da pintura, mas a contorção que sofrem ao longo do limite direito do quadro, ou mesmo o paralelismo do lado maior do triângulo superior relativamente à respectiva margem da pintura, mostra como estas formas sublinham e enfatizam os limites físicos do suporte e o implicam no conjunto. A consciência de que a forma matricial da pintura condiciona a estrutura da própria composição encontra neste exemplo uma assumida consciência de que as obras posteriores do artista serão desenvolvimento. Elas formam assim um discurso sobre a materialidade e unidade do próprio medium.

Pedro Lapa