Liberté

, 1963

Joaquim Rodrigo

Têmpera sobre platex
123 × 185 cm
assinado e datado
Inv. 2366
Historial
Aquirido pelo Estado à Galeria Antiks Design em 1998.

Exposições
Lisboa, 1972, 51; Lisboa, 1994, s.n.º, cor; Porto, 1996, s.n.º, cor; Lisboa, 1999, 235, cor; Lisboa, 2002, Lisboa, 2007; Lisboa 2011; Tomar, 2011.

Bibliografia
RODRIGO, 1982, s.p., p.b.; FRANÇA, 1988, 24, cor; Anos 60. Anos de ruptura…, 1994, s.n.º, cor; Antiks Design: Pintura Portuguesa, 1997, s.n.º, cor; LAPA (et. al.), 1999, 235, cor; LAPA, 2000, 97, cor.
A citacção de alguns fragmentos do poema Liberté de Paul Éluard quase subsume a presença de figuras levando ao extremo a relação já iniciada de permutabilidade e equivalências entre a ordem visual dos signos e a sua escrita. Nesta pintura os versos do poema ocupam áreas delimitadas da superfície do quadro, que lhes conferem valores topográficos. A inscrição do poema é também uma clara afirmacção política de ruptura com a situacção repressiva portuguesa e uma declaracção do espaço de liberdade que a própria obra de arte implica. A proximidade que neste ano de 1963 Joaquim Rodrigo encontrou com a pintura aborígene da Austrália insinua-se na sobreposição de traçados lineares em rede, delimitacção de áreas específicas e sobretudo na afinidade com a teoria da cor desta cultura a que a sua investigacção o havia conduzido.

Pedro Lapa