M.L.

, 1961

Joaquim Rodrigo

Vinílico sobre aglomerado

73 × 100 cm
assinado e datado
Inv.
Historial
Colecção particular em depósito no MNAC-MC.

Exposições
Lisboa, 1972, 47; Paris, 1984; Paris, 1989, s.n.º; Lisboa, 1997, 74, cor; Lisboa, 1999, 225, cor; Lisboa, 2002; Barcelona/ S. Paulo, 2004, 197, cor.; Lisboa, 2007

Bibliografia
FRANÇA, 1964, 753; FRANÇA, 1977, 3; RODRIGO, 1982, s.p., p.b.; FRANÇA, 1983, 3; GONÇALVES, 1983; GONÇALVES, 1986, 82; GONÇALVES, 1986, 36; FRANÇA, 1988, 22, cor; FRANÇA, 1989, s.p.; GONÇALVES, 1990; FRANÇA, 1991, 431; GONÇALVES, 1992; Anos 60: Anos de ruptura…, 1994; SILVA, 1997, 74, cor; FRANÇA, 1997; MACHADO/ SANTOS, 1997, 8-14, cor; PINHARANDA, 1997; PINHARANDA, 1997, 48-54, cor; LAPA (et. al.), 1999, 225, cor; ÁVILA (et. al.), 2004, 197, cor.
M. L. alude ao assassinato de Patrice Lumumba, que foi um dos principais impulsionadores do movimento de libertacção do Congo. Uma lira define-o como poeta e a mulher chora e reclama o seu corpo assassinado que lhe foi escondido. As figuras esquemáticas perderam o seu anonimato. A teoria da cor de Joaquim Rodrigo encontrava semelhanças com as da pintura africana, sobretudo no domínio cromático. As figuras estão sujeitas a uma geometrizacção que advém da mediacção instituída por um sistema ortogonal na referência ao real. A homogeneizacção do fundo, onde se inscrevem as figuras, possibilita um pendor narrativo onde os diversos acontecimentos têm lugar. Muito significativo será o facto da proximidade com a arte de outra cultura suscitar uma denúncia política da relação de domínio colonial europeu sobre essa mesma cultura. A pintura aceita um diálogo com as contingências políticas da história contemporânea e declara-se como um testemunho, o seu lugar de inscrição e de crítica.

Pedro Lapa