Retrato de Mariano Pina

, c. 1882

Columbano Bordalo Pinheiro

Óleo sobre tela
100 × 81 cm
assinado
Inv. 631
Historial
Doação de Emília Bordalo Pinheiro, viúva do artista, em 1930.

Exposições
Paris, 1883; Lisboa, 1883, 11, des.; Lisboa, 1888; Porto, 1895, 5; Lisboa, 1904, 47; Lisboa, 1911, 20; Paris, 1931, 55; Lisboa, 1932, 55; Lisboa, 1957, 10; Lisboa, 1980, 13, p.b.; Lisboa, 1994, 57; Lisboa, 2005; Caldas da Rainha, 2005, 259, cor; Lisboa, 2007.

Bibliografia
OLIVEIRA, 1883, 23, des.; RAMALHO, 1888, 172; ARTHUR, 1896, 80; PESSANHA, 1897; MENDES, 1943, 58, p.b.; MACEDO, 1952, XIII, p.b.; PAMPLONA, 1954, vol. I; FRANÇA, 1967, vol. II, 258 e 262; FRANÇA, 1979, 28; Columbano, 1980, 20, p.b.; FRANÇA, 1987, 37; LAPA, 1994, 110, cor; ELIAS, 2002, 94 – 95; Malhoa e Bordalo (...), 2005, 208, cor; Columbano Bordalo Pinheiro, 1874 – 1900, 2007, 93.

Pintado logo a seguir ao Concerto de Amadores, Columbano deixou-o ficar em Paris para o Salon de 1883, que se realizava a partir de Março. Com este retrato concluía a fase parisiense. As características desses anos estão bem presentes na pintura pastosa de acentuado claro-escuro. A composição desenvolve-se a partir da distribuição das cores claras. Na flor da lapela do retratado encontra-se o centro da oval a partir do qual o rosto num extremo e as luvas brancas noutro traçam um eixo. Como já acontecera noutras pinturas, a descrição destes objectos é contornada dando lugar ao emergir do pictórico. Também os olhos do retratado são constituídos por uma mancha negra de sombra que as pálpebras e as arcadas supraciliares projectam. Mariano Pina foi um crítico de arte que desde sempre defendera Columbano, não sem uso de certo exagero que em muito terá contribuído para a fama de radical com que ele foi encarado no início da sua carreira pelo público e crítica ignorantes. “Columbano tornou-se um jacobino! E no seu ódio implacável à tradição clássica, ele chegou a um estado de irritação artística, que, cada um dos seus quadros passou a ser um protesto enérgico contra todas as fórmulas e contra todos os preceitos” escreveu Mariano Pina na Ilustração em 1886. Nada mais despropositado relativamente às referências daquele que chegou mesmo a zangar-se com o crítico.