Retrato da Marquesa de Belas

, 1874

Miguel Ângelo Lupi

Óleo sobre tela

127 × 90 cm
assinado e datado
Inv. 658
Historial
Trata-se da mulher do terceiro marquês de Belas, nono conde de Pombeiro, que morre tuberculosa pouco depois do retrato, com 34 anos. Adquirido pelo Estado em 1931.

Exposições
Paris, 1931, 38; Lisboa, 1932; Lisboa, 1945; Lisboa, 1983, 6, cor; Paris, 1987, 85, cor e p.b.; Lisboa, 1988, 85, cor e p.b.; Queluz, 1989, 49; Lisboa, 2002, 25, cor; Lisboa, 2005; Istambul, 2009, 17; Lisboa, 2010.

Bibliografia
Catalogo das obras de Miguel Ângelo Lupi expostas na Escola de Bellas-Artes de Lisboa, 1883, 31; BRAGANÇA, s.d. (c. 1936), 9; Porto, 1943, 68, p.b.; PAMPLONA, 1943, 78, 68, p.b., 1954, vol. II; MACEDO, 1947, 11, p.b.; Porto, 1948, 83, p.b.; Lisboa, 1961, XXXIV, p.b.; Dicionário da Pintura Universal: Pintura Portuguesa, 1973, vol. 3, 215; Miguel Ângelo Lupi: Evocação no MNAC, 1983, 29, cor; RIO-CARVALHO, 1986, 39; COSTA, 1987, 11; FRANÇA e COSTA, 1988, 136, cor; LAPA, 1994, 14, cor; PEREIRA, 1995, 332; SILVEIRA, TAVARES, GINGA, 2002; Quem é esta marquesa? Público/ P2, 2007, 2, cor; Lisboa, memórias de outra cidade, 2009, 74, cor; MACEDO, s.d., 375 p.b.
Este retrato de uma aristocrata velada numa melancolia romântica, que as comissuras nas extremidades dos lábios pronunciam (note-se que as mãos ocultas concentram a atenção no rosto do modelo), pela naturalidade da pose e pelo tratamento pormenorizado de alguns detalhes da roupagem, é uma significativa aproximação a uma atitude realista, se bem que involuntária.
Pintura tonal que uma rosa de cor esbatida vem pontuar, como metáfora do modelo, conferindo-lhe um lirismo intimista até então pouco comum, será sem dúvida uma das obras que melhor exemplificam uma interpretação activa de um modelo romântico por uma sensibilidade realista não isenta de fascínio e cumplicidades.

Pedro Lapa