Aguadeira de Coimbra

, 1879

Miguel Ângelo Lupi

Óleo sobre tela

106,6 × 75,8 cm
Inv. 983
Historial
Exibido pela primeira vez na exposição póstuma de Lupi, em 1883, com indicação no catálogo: “Por concluir”. Legado de João Carlos Henriques, em 1941.

Exposições
Lisboa, 1883, 85; Lisboa, 1945; Lisboa, 1948, 18, p.b.; Lisboa, 1981; Lisboa, 1983, 9, p.b.; Lisboa, 2002, 215, cor; Lisboa, 2005.

Bibliografia
CHAGAS, 1883, 79; Catalogo das obras de Miguel Ângelo Lupi expostas na Escola de Bellas-Artes de Lisboa, 1883, 19; Porto, 1943, 70; MACEDO, 1945, 8, p.b.; LACERDA, 1946, 380 – 381, p.b.; MACEDO, 1947, 23, p.b.; Exposição de Arte Portuguesa, 1948, 18, p.b.; Porto, 1948, 92, p.b.; LAMAS, 1948, 112 – 13, p.b.; MACEDO, 1952, 19; Panorama, 1954, cor; PAMPLONA, 1954, vol. II; Lisboa, 1961, XXXII, cor; Lisboa, 1965, cor; Dicionário da Pintura Universal: Pintura Portuguesa, 1973, vol. 3, 215; Miguel Ângelo Lupi: Evocação no Centenário da sua morte nas colecções do MNAC, 1983, capa cor; RIO-CARVALHO, Lisboa, 1986, 38; Munda: Revista do Grupo de Arqueologia, 1988, capa, cor; MARÍN, 1989, p.b.; LAPA, 1994, 16, cor; PEREIRA, 1995, 332; SILVEIRA, TAVARES, GINGA, 2002, 229, cor.
É sabido que Lupi nem sempre pintava os seus quadros de modo contínuo, deles se afastando por uns tempos para regressar com novo afã. Tal é o caso desta Aguadeira de Coimbra, pintura em fase final de acabamento e exemplo de uma atenção ao pitoresco.
Se o xaile da aguadeira é pretexto para um cromatismo de ar livre, dado por esponjados e empastados sensuais com vaga liberdade informal, o fundo não conhece ainda tais possibilidades. À pose tradicional do modelo sobrepõe-se uma atenção realista na representação do rosto e do cabelo, embora a luminosidade seja ainda de atelier. Esta oscilação entre um academismo assumido e um fascínio realista será uma bem conseguida síntese da obra do artista.

Pedro Lapa