A chávena de chá

, 1898

Columbano Bordalo Pinheiro

Óleo sobre madeira.

26 × 34 cm
assinado e datado
Inv. 630
Historial
Doação de Emília Bordalo Pinheiro, viúva do artista, em 1930.

Exposições
Lisboa, 1898, 30; Paris, 1900, 29; Paris, 1901, Paris, 1901; Dresden, 1901; Londres, 1901;  S. Petersburgo, 1901; Lisboa, 1904, 33; Saint Louis, 1904; Dresden, 1906; Barcelona, 1907; Lisboa, 1911, 24; Paris, 1913; San Francisco, 1915; Lisboa, 1918, 19; Paris, 1931, 59; Lisboa, 1932, 59; Lisboa, 1941, 54; Lisboa, 1957, 48; Lisboa, 1980, 35, cor; Paris, 1987, 196, p.b.; Lisboa, 1988, 196, p.b.; Queluz, 1989, 38; Lisboa, 1994, 64; Londres/Nova Iorque, 2000, 171, cor; Lisboa, 2002; Lisboa, 2005;Lisboa, 2005 ; Lisboa, 2007; Istambul, 2009.

Bibliografia
ALDEMIRA, 1941, 37; MENDES, 1943, 56, p.b.; MACEDO, 1952, LIX, p.b.; PAMPLONA, 1954, vol. I; BOTELHO, 1957, p.b.; Revista e Boletim da ANBA(...), 1957, 16 – 17, p.b.; Um século de pintura e escultura (...), 1965, k, cor; FRANÇA, 1967, vol. II, 268, p.b.; SAMPAYO, 1969, 7; FRANÇA (et al.), 1973, 92; Portuguese 20th century artists: a biographical dictionary, 1978, pl. 105, p.b.; FRANÇA, 1979, 32, p.b.; Columbano, 1980, 43 – 44, cor; MATIAS, 1986, 96, cor; COSTA, 1987, 14, p.b.; FRANÇA, 1987, 44; PAMPLONA, 1987, vol. II, cor; FRANÇA e COSTA, 1988, 228, p.b.; LAPA, 1994, 118, cor; PINHARANDA, 2000, 31; POMAR, 2000, 5; ROSENBLUM; STEVENS; DUMAS, 2000, 171, cor; ELIAS, 2002, 190; LAPA, 2003, 1; Columbano Bordalo Pinheiro, 1874 – 1900, 2007, 179; Lisboa, memórias de outra cidade, 2009, 86, cor; AZEVEDO, s.d., p.b.
Pintura de sombras e penumbras, de uma subtil variedade de nuances de negros e castanhos-sombra, esta será um excelente exemplo da mestria de Columbano a pintar a obscuridade. Três pontos luminosos definem uma cena intimista em que a figura, de escorço, postura recorrente na pintura do artista, aparece numa margens do quadro e a chávena no centro. A definição do acto torna-se o centro de preocupação da composição relegando a identificação da personagem (o retrato) para situação secundária. Neste sentido o realismo de Columbano é estrutural – releva no nível da composição o signo da Emoção – e aí residirá a marca de modernidade do quadro que não despreza a memória de certos interiores espanhóis do século xvii, também eles de cariz realista.
Columbano tinha especial estima por esta obra e consta que recebeu ofertas de compra ímpares, sem que alguém o demovesse da sua convicção de a guardar e posteriormente, pela viúva (– a personagem do quadro –), doá-la ao museu. De resto tal foi o que aconteceu com grande parte dos seus quadros.

Pedro Lapa