Sem título (músicos)

, c. 1957

Jorge Vieira

Bronze
280 × 92 × 71,5 cm
Inv.
Historial
Depositado pelo ICEP em 1996.

Exposições
Lausanne, 1957; Lisboa, 1966; Bruxelas, 1967, s.p., cor; Paris, 1967, s.p., cor; Lisboa, 1995, 83, cor.

Bibliografia
Pavilhão de Portugal/Comptoir Suisse de Lausanne, 1957; As Artes ao Serviço da Nação (…), 1966; Art Portugais. Peinture et Sculpture (…), 1967, s.p., cor; LAPA, 1995, 76, 83, cor; OLIVEIRA, 2007, 34, cor.
Em 1957, e por iniciativa do Fundo de Fomento de Exportação, Portugal surgiu como único convidado de honra na prestigiada Feira Internacional de Lausanne, de acordo com uma finalidade eminentemente industrial e comercial. Riscado pelo arquitecto Conceição Silva, coadjuvado pelos arquitectos Sena da Silva e J. D. Santa-Rita, e decorado por Manuel Rodrigues, o moderno pavilhão português apresentou uma estética resolutamente contemporânea que decisivamente o afastou da estética do SNI. De acordo com a vontade de «obra total» de Conceição Silva, o pavilhão recebeu qualificadas obras de arte, excelentemente integradas: uma longa e bela tapeçaria de Almada Negreiros, requintadas cerâmicas relevadas de Querubim Lapa e, sobretudo, dispostos no exterior, dois excelentes grupos escultóricos de Jorge Vieira. Estes Músicos fazem parte do conjunto: uma certa memória totémica transparece na composição, dominada pela figura da mulher central que parece tocar um instrumento de percussão. A lição de Henry Moore é perfeitamente assimilada no tratamento suavemente orgânico das formas e no subtil jogo de cheios e vazios, associada à sugestão de Reg Butler e Barbara Hepworth, evidente em certos detalhes filiformes, como os braços, a guitarra, a flauta, ou o tratamento de uma das cabeças.

Raquel Henriques da SIlva