Tomás da Anunciação. Piquenique, 1865, óleo sobre tela. Col. Museu Quinta das Cruzes, Funchal, inv. MQC 1508
Tomás da Anunciação. Piquenique, 1865, óleo sobre tela. Col. Museu Quinta das Cruzes, Funchal, inv. MQC 1508

MNAC. Rua Serpa Pinto

entrada: Condições Gerais

Tomás da Anunciação (1818 - 2018)

Bicentenário do nascimento do artista

2018-10-26
2019-03-31
Curadoria: Maria de Aires Silveira


O PODER DA IMAGEM. A PAISAGEM SEGUNDO TOMÁS DA ANUNCIAÇÃO (Lisboa, 1818-1879)

No bicentenário do nascimento do pintor, o MNAC assinala o dia 26 de outubro com a integração de nove obras do artista neste núcleo expositivo. Uma das pinturas em destaque, a encomenda do Conde de Carvalhal, de 1865, Piquenique, hoje na coleção do Museu da Quinta das Cruzes e praticamente inédita em Lisboa, distingue-se pela vivacidade cromática, numa vista alargada da baía do Funchal, eventualmente a partir de fotografia.

Defendeu o gosto pela pintura de paisagem ainda aluno da Academia de Belas-Artes, onde entrou em 1837, e como forma de contestação ao ensino académico abandonou a Academia por breve período. Tal como um conjunto de jovens alunos, e talvez por ser o mais velho do grupo, Anunciação insurgia-se e destacava-se contra os professores, numa tranquila revolta de métodos e práticas. Era importante pintar “do natural”, registar apontamentos de paisagem e descobrir as especificidades regionais e os costumes tradicionais, ideia sugerida na literatura, por Almeida Garrett, na publicação Viagens na minha terra, 1846. Rapidamente foi considerado o chefe do grupo, o Mestre, e assim ficou representado na primeira pintura coletiva de artistas, em 1855, Os cinco artistas em Sintra, de João Cristino da Silva, seu colega na Academia.

A importância que atribuiu ao desenho, à representação pormenorizada da realidade, como estudo preparatório da pintura, são determinantes para a sua produção, e constituíam elementos fundamentais da sua aprendizagem inicial, nas aulas de Arquitetura da Sala do Risco do Arsenal e no ofício de praticante-desenhador no Museu de História Natural. De contestatário aluno a professor na Academia, desde 1852, Anunciação prosseguiu na defesa do registo da paisagem, costumes e animais, sendo considerado o mestre da nova geração romântica (Francisco Metrass, João Cristino da Silva, José Rodrigues, Victor Bastos) atraída pelo “natural”, como Na eira e Piquenique, provavelmente com a novidade do recurso à fotografia como referência, e O vitelo, de 1873.

A sua produção artística marcou este período, persistindo um fascínio da arte moderna pela pintura de paisagem e de costumes, nas novas propostas de Silva Porto que o substituiu como professor da Academia de Belas-Artes, após a sua morte.

M.A.S.








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