Soprofigura

, 1947

Mário Cesariny

Tinta-da-china, guache e verniz sobre papel

34,5 × 26,5 cm
assinado e datado
Inv. SEC 0437
Historial
Ministério da Cultura. Depositado no MNAC – Museu do Chiado, em 1998.

Exposições
Lisboa, 1949; Porto, 1985, 14, p.b.; Badajoz, 2001, 184, cor; Lisboa, 2001, 184, cor; Vila Nova de Famalicão, 2001; Castelo Branco, 2002, 8, cor; Madrid, 2002, 184, cor; Lisboa, 2004; Lisboa, 2009; Lisboa, 2010.

Bibliografia
LEAL, 1977, 191, cor; Pintura Portuguesa (…), 1985, 14 p.b.; ÁVILA, 2001, 184, cor; SANTOS, Figuração e Abstracção (…), 2002, 8, cor.
Cesariny foi, dos surrealistas portugueses, quem levou o automatismo à sua dimensão mais extremada e o mais feroz crítico do talento artístico convencionado. Liberto dos ditames da prática oficinal instaurada, realiza composições intituladas Soprofiguras, lançando sobre o suporte da obra jactos de tinta posteriormente soprados. Assim arbitrariamente estendida sobre a superfície, a tinta é em seguida trabalhada com tinta-da-china, guache e materiais inusitados, como vernizes industriais (em assunção de uma antipintura), com recurso igualmente a técnicas pouco ortodoxas, como o grattage, que reforçam o carácter aleatório e espontâneo da composição. Liberta de condicionantes racionais, espaciais e temporais, bem como de quaisquer preocupações estéticas ou morais, esta antipintura apreende as imagens inconscientes no seu estado nascente e, na medida em que qualquer um a pode praticar, adquire um carácter universal que derroga decisivamente o estatuto do artista como génio criador e aproxima eficazmente a arte da própria vida.

Raquel Henriques da Silva
 

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