A Música

, 1877

António Soares dos Reis

Bronze
137 × 42 × 42 cm
assinado e datado
Inv. 1702
Historial
Fundição em bronze por verba do Estado, em 1956.

Exposições
Lisboa, 1997.

Bibliografia
RODRIGUES, 1887, 23; MACEDO, 1947, 7, p.b.; Dicionário de pintores e escultores portugueses ou que trabalharam em Portugal, vol. IV; PAMPLONA, 1954, vol. IV; LAPA, Lisboa, 1994; Percurso Táctil: Escultura séc. XIX e XX, 1997.
Segundo informação do próprio artista estas alegorias bem como mais outras duas, A História e O Trabalho, foram realizadas em gesso para que os canteiros as executassem em pedra.
O panejamento convergindo para zonas que definem a identidade da alegoria, bem como por sobre a presença não ofuscada de um corpo bem estruturado, revelam os cânones neo-clássicos em que se fundou a aprendizagem de Soares dos Reis. Curiosa será a recorrência a essa memória já depois de realizado O desterrado. Todavia uma observação mais atenta descobrirá nestas figuras uma nostalgia, sublinhada pelo abandono da cabeça, que se afasta do setecentismo mais evidente, e inscreve um dos signos mais recorrentes do artista.

Pedro Lapa