Um milhão de escudos dentro de um cofre

, 1994

Miguel Palma

Cofre em aço e um milhão de escudos em notas

155 × 81 × 58,5 cm
Inv. 2578
Historial
Adquirido pelo Estado em 2001.

Exposições
Lisboa, 1994, 101, cor; Lisboa, 2000, s.n.º, p.b.; Lisboa, 2001, s.n.º, cor; Lisboa, 2002; Castelo Branco, 2004, 75, cor; Lisboa, 2004; Lisboa, 2008; Lisboa, 2008; Lisboa, 2012.

Bibliografia
CARLOS (et. al.), 1994, 101, cor; LAPA, 2000, s.p., p.b.; LAPA, 2001, s.n.º, cor; TAVARES, 2004, 75, cor; Miguel Palma 2005, 2005, 42, cor.
A informacção do título cria uma expectativa, logo frustrada pelo facto do cofre se achar fechado. A estratégia do readymade de que o artista faz uso é deslocada de modo a reinterpretar o procedimento dadaísta à luz de um contexto económico-cultural diferente. A deslocacção dadaísta de um objecto para o espaço de exposição operava uma indiferenciacção relativa às propriedades intrínsecas do objecto artístico relativamente ao não-artístico, para valorizar o ato nominalista, mas também o lugar do objecto artístico era subvertido pelo valor de uso transportado pelos objectos quotidianos. A partir daqui Miguel Palma complexifica o problema. A questão não é já a da dicotomia arte/não-arte ou de um assalto à instituição artística, mas uma crítica à noção do valor num contexto histórico-económico em que o objecto se transmuta em signo. Assim o cofre com dinheiro implica um valor comercial enquanto produto puramente funcional, mas enquanto obra de arte de Miguel Palma implica o mesmo ou outro valor? E que valores lhe são acrescentados? Quais as suas oscilações?

Pedro Lapa