Contemplação

, 1911

António Carneiro

Óleo sobre cartão
37 × 60 cm
assinado e datado
Inv. 114
Historial
Adquirido pelo Legado Valmor ao artista em 1912.

Exposições
Lisboa, 1911, 30; Lisboa, 1913, 114; Luanda; Lourenço Marques, 1948, 50; Lisboa, 1958, 12; Lisboa, 1973, 113; Porto, 1973, 113; Lisboa, 1979, 46, p.b.; Lisboa, 1980; Paris, 1987, 239, p.b.; Lisboa, 1988, 239, p.b.; Queluz, 1989, 70; Frankfurt, 1997, 2, cor; Lisboa, 1997, 2, cor; Lisboa, 1998, 248, cor; Lisboa, 2002; Lisboa, 2005; Lisboa, 2006; Lisboa, 2007.

Bibliografia
Um século de pintura e escultura portuguesas, 1965, 48, p.b.; A Criança nas colecções do Museu, 1979, 54, p.b.; FRANÇA e COSTA, 1988, 273, p.b.; LAPA, 1994, 107, cor; CASTRO, 1997, 133, cor; HENRIQUES, 1997, 67, cor; A Arte o o Mar, 1998, 247, cor
Exemplo de uma poética desenvolvida ao longo das muitas praias que António Carneiro pintou, Contemplação exibe esplendorosamente a transformação da paisagem em estado de alma. A cor, dada pela fluidez da pincelada, desmaterializa os rochedos para os envolver numa sensação que conhece valores metafóricos. A paisagem é então o subjectivo ponto de vista da meditativa figura que a contempla e para a qual convergem as linhas de composição. A atmosfera rarefeita da hora crepuscular inscreve-a como signo de transição do seu entendimento natural e, depois da impossível e curta experiência simbólica, para o domínio do vago em que a abertura e rarefacção do sentido encontra no mar prateado a sua possível assunção simbólica, que todavia se desvanece como um vislumbre.

Pedro Lapa