Aparelho metafísico de meditação

, 1935

António Pedro

Madeira, plástico e latão cromado

18 × 25 × 25 cm
Inv. 2380
Historial
Doação de José-Augusto França em 1999.

Exposições
Caminha, 1979, 100, p.b.; Porto, 1979, 100, p.b.; Lisboa, 1979, 100, p.b.; Lisboa, 1997, 122, cor; Lisboa, 1999, 61, cor; Lisboa, 2002; Lisboa, 2004; Tomar, 2005; Lisboa, 2005; Salamanca, 2007, 141, cor; Madrid, 2007, 141, cor; Badajoz, 2007, 141, cor; Lisboa, 2008, 99, cor; Lisboa, 2008; Lisboa, 2009; Lisboa, 2009, 41, cor.

Bibliografia
FRANÇA, 1974, 332; Exposição Retrospectiva de António Pedro (…), 1979, 72, 100, p.b.; AZEVEDO (et al.), 1979, 10, p.b.; Colecção José-Augusto França, 1997, 41, 122, cor; SILVA, 1998, 43, cor; LAPA, 1999, 12-14, 24, 61, cor; SANTOS, 2001, 30; SILVA, s.d., 121, cor; ÁVILA, 2007, 140, 141, cor; Revolução Cinética, 2008, 99, cor; António Pedro. Exposição Comemorativa do Centenário do Nascimento, 2009, 7-9, 21, 41, cor.
Um prisma de madeira conjuga, numa das faces, com dois círculos de vidro sobrepostos através de um mesmo eixo. Em ambos estão inscritas as palavras Deus, o Homem, fez, que através das do observador permitem três combinatórias de frases, com três distintos sentidos. Assim, desde a asserção Deus fez o Homem até o Homem fez Deus, passando por fez o Homem Deus – situação em que ambos os termos se equivalem – todas as possibilidades coexistem. A lógica distribucionalista, a que as possibilidades de uma proposição são submetidas, devolvem a meditação metafísica à análise da linguagem, e, a transcendência, subentendida no título, amplifica o paradoxo. Revela-se neste confronto o papel configurador da linguagem relativamente a qualquer crença, transcendência ou universo, proclamando-se como uma estrutura universal cuja espacialidade, que a articula, declara o domínio artístico e implica-o.

Pedro Lapa