Paisagem

, 1889

José Malhoa

Óleo sobre tela

23,5 × 41,5 cm
assinado e datado
Inv. 1142
Historial
Pertenceu à colecção de Columbano Bordalo Pinheiro. Legado de Emília Bordalo Pinheiro, viúva deste artista, em 1945.

Exposições
Lisboa, MNAC, 1983, 21, p.b.; Lisboa, SNBA, 1983, 7, p.b; Figueiró dos Vinhos, 2014.

Bibliografia
MACEDO, 1948, 12, p.b.; Arte/Revista da Sociedade Nacional de Belas-Artes, ano I, 1, Abril, 1955, 4, p.b.; Cinquentenário da Morte de José Malhoa: Pintor de Costumes, de Paisagem e de História, 1983, 68, p.b.; Malhoa nas Colecções do Museu Nacional de Arte Contemporânea: Evocação no Cinquentenário da sua Morte, 1983, 45, p.b.; SILVEIRA, 1994, 43, cor.
Discípulo de Anunciação, Malhoa apresenta-se como paisagista, em pequenos óleos, tendencialmente melancólicos, enquanto, na década seguinte, influenciado por Silva Porto, realiza as suas primeiras peças de marcação naturalista, preferencialmente localizadas em Figueiró dos Vinhos, Aveiro, Praia das Maçãs, Caldas da Rainha e Azenhas do Mar.
A obra em apreço, datada de 1885, referencia esta evolução. Influenciada pelos ‘modernos’ valores naturalistas de Silva Porto, e pelas referências de Barbizon, manifesta, em pinceladas largas e impressivas, a diluição do contorno das formas. A composição estrutura-se numa linha perspectivada pelo arvoredo e revela uma luminosidade em verdes ácidos e azuis claros. Trata-se de uma obra de ruptura com as envolvências românticas, estabelecendo ligações com a prática de ar livre do Grupo do Leão, de que era membro. A partir do início do século explora esta tendência ao longo da sua obra, em traduções ensolaradas dos motivos, anedóticos ou pitorescos.

Maria Aires Silveira