Sem título

, 1996

José Pedro Croft

Fragmento de cadeira de madeira, espelho

148 × 120 × 25 cm
Inv.
Historial
Colecção AR.CO. Depositado no MNAC- Museu do Chiado em 2008.

Exposições
Porto, 1997, 48, p.b.; Kiev, 1998; Lisboa, 2002, 80, cor; Lisboa, 2008, 14, cor; Lisboa, 2008; Lisboa, 2010.

Bibliografia
RAMOS (coord.), 1997, 48, p.b.; CALDAS (et. al.), 2002, 80, cor; CALDAS (et. al.), 2008, 14, cor.
Integrada no ”discurso escultórico” desenvolvido durante a década de 90, Croft associa nesta criacção um fragmento de cadeira a um espelho. O fragmento corresponde à parte de trás de uma peça de madeira tradicional estilizada, e compreende o encosto aberto com trave ao meio, os dois pés e o início do travejamento do assento, que encosta à parede como se nela penetrasse. No topo do retângulo definido pelas costas da cadeira, encosta, na horizontal, um espelho em formato retangular. Perdida a funcionalidade do objecto base e o seu significado, estabelece-se uma nova relação de bidimensionalidade que explora a articulacção geométrica das partes, um jogo de formas retangulares, utilizando o espaço expositivo como suporte. O objecto cadeira, que se encontra desmembrado e de costas para o espectador, nega a relação com a presença do visitante que é convocada pelo espelho. Quando frente ao espelho, o visitante surge em reflexo na continuidade do topo das costas da cadeira, estabelecendo-se assim uma nova relação entre os elementos. A simplicidade da acção criativa na conjugacção de dois elementos pré-existentes, de uso quotidiano, que evocam alguma fragilidade, ganha estruturacção no diálogo concetual, na harmonia e complementaridade das partes, na subtil articulacção das provocatórias relações de ausência e conexão.

Adelaide Ginga
 

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