O malmequer

, 1872

José Simões de Almeida Júnior (Tio)

Mármore

149 × 41 × 58 cm
assinado e datado
Inv. 205
Historial
Prova final de pensionista em Roma. Integrado no MNAC em 1914.

Exposições
Lisboa, 1939, 5; Lisboa, 1986; Lisboa, 1997, p.b.; Caldas da Rainha, 2005, 290, cor.

Bibliografia
Portugal: A arte, os monumentos, a paisagem, os costumes, as curiosidades. Lisboa, Neogravura, s.d. (c. 1936), 19, p.b.; BRAGANÇA, s.d. (c. 1936), 15; Porto, 1943, 208; PAMPLONA, 1954, vol. IV; Jornal de Figueiró dos Vinhos, 1985, III, p.b.; SILVA, 1994, 83, cor; PEREIRA, 1995, 350,-51; Percurso Táctil: Escultura séc. XIX e XX, 1997, 17, p.b.; Porto, 1999, 76; Malhoa e Bordalo: Confluências de uma geração, 2005, 171, cor; TAVARES, 2005, 36; MACEDO, s.d., 398.
Esta peça sugere, em primeiro lugar, a filiação naturalista do seu autor, procurando adequar os valores académicos à diversidade de situações temáticas, decorrentes do desejo de ultrapassar as iconografias restritas do classicismo.
Neste caso a jovem mulher desfolha um malmequer, metáfora melancólica do amor desejado ou perdido talvez. No entanto, o perfil e o penteado de sugestão helenizante, o nu parcial e o tratamento do panejamento são marcações deliberadas de um classicismo intemporal que a presença prosaica do banco de apoio de um dos pés não chega para naturalizar. De facto, Simões de Almeida mantém-se fiel a um despaisamento estético, muito sentimental, amaneirando os cânones académicos sem lhes insuflar novos valores plásticos, sequer os oriundos de uma atenção à diversidade do real.

Raquel Henriques da Silva
 

Outras obras do artista