Camponesa de Ílhavo

, 1867

Francisco José Resende

Óleo sobre tela

66 × 47 cm
assinado e datado
Inv. 1051
Historial
A inscrição no verso da pintura (habitual em Resende), na grade, prova que este quadro foi oferecido pelo autor ao seu amigo Teixeira de Aragão. Adquirido pelo Estado em 1943.

Exposições
Lisboa, 1950; Lisboa, 1981 – 1983; Lisboa, 1986; Lisboa, 1986 – 1987; Porto, 1999 – 2000, 47, cor; Lisboa, 2005.

Bibliografia
MACEDO, 1950, 9, p.b.; PAMPLONA, 1954, vol. III; MACEDO, 1961, LIV, p.b.; FRANÇA, 1967, vol. I, 273, p.b.; FRANÇA e CHICÓ, 1973, 341; D. Fernando II: Rei-artista, Artista-rei, 1986, 258; PEREIRA, 1995, 332; As Belas-Artes do Romantismo em Portugal, 1999, 205, cor.
Sugestionado especialmente pela via de captação de costumes, explorada na arte e literatura da geração romântica, que sempre defendeu, os seus temas destacam-se pelo gosto da viagem e registo documental e expressivo de diversas regiões do país. As suas figuras reflectem um sentimentalismo, que abrange também as suas caricatas composições históricas (Camões salvando os Lusíadas), ligado a uma continuidade de representação de cenas de género portuguesas por pintores estrangeiros, especialmente Roquemont, mas também referenciando o conhecimento de um conjunto de divulgadas litografias de tipos populares, da colecção Macphail.
A sua camponesa de Ílhavo, imagem tranquila de um ruralismo idealizado, numa pausa de quotidianos populares, minuciosamente descritos e iconograficamente pormenorizados, destaca-se como importante obra da produção do artista, considerado “pintor insigne” por Camilo.

Maria Aires Silveira