Campina romana

, 1878

Artur Loureiro

Óleo sobre tela

81 × 146,5 cm
assinado e datado
Inv. 5
Historial
Adquirido pelo Legado Valmor em 1909, no leilão do conde de Almedina. Integrado no MNAC em 1911.

Exposições
Lisboa, 1880, 50; Lisboa, 1913, 5; Lisboa, 1979, 32, p.b.; Macau, 1986; Queluz, 1989, 52; São Paulo, 1996, cor; Almada, 2001, 3, cor; Lisboa, 2002; Lisboa, 2005; Lisboa, 2010.

Bibliografia
Notas sobre a exposição, 1880; Lisboa, s.d. (c. 1936), 10; MACEDO, Lisboa, 1953, 10, p.b.; PAMPLONA, 1954, vol. II; A Criança nas colecções do Museu, 1979, 38, p.b.; Os Naturalistas Portugueses, 1986, cor; RIO-CARVALHO, 1986, 73, cor; LAPA, 1994, 36, cor; Lisboa, 1995, 338; PEREIRA, 1995, 133; O Grupo do Leão e o Naturalismo Português, 1996, 67, cor; SILVA, 1996, 30; Natura Artis Magistra: A natureza mestra das artes, 2001, 97, cor; FERREIRA, 2001, 90.
Executada em Roma, esta pintura denota um entendimento novo dos esquemas cromáticos no panorama oitocentista nacional. A intensidade dos vermelhos salpicados das papoilas e dos verdes das ervas do primeiro plano cria uma complementaridade atrevida, a que não será alheia a pintura dos macchiaioli que Loureiro terá conhecido. Também o modo como este plano está esboçado é revelador de uma sugestão impressionista que a pintura portuguesa não viria a conhecer.
Outro aspecto extremamente bem conseguido é a presença de um charco que rompe o chão, reflecte o céu e acentua a profundidade do espaço. A luminosidade vem equilibrar o contraste das complementares do lado oposto. A enfatizada horizontalidade, que a forma do quadro acentua, é contrariada pelas duas meninas, pintadas de um modo mais classicizante, e pela árvore que com elas estabelece o contrabalanço necessário. Embora estes aspectos da composição sejam devedores de esquemas mais tradicionais é na intensidade cromática que se jogam as propostas mais inovadoras desta e de uma forma geral de toda a pintura de Loureiro.

Pedro Lapa