Tentações

, 1950

Jorge de Oliveira

Óleo sobre platex

114 × 122 cm
datado
Inv.
Historial
Depositado pelo autor em 2006.

Exposições
Lisboa, 1953; Lisboa, 2006; Lisboa, 2008.

Bibliografia
Exposição de Pintura Abstracta de Jorge de Oliveira, 1953; A Pintura Portuguesa Contemporânea, 1972, 10; CHICÓ (et al.), 1973, 298; GONÇALVES, 1986, 64.
Radicalizando aspectos latentes noutras obras deste período, Jorge de Oliveira abandona qualquer resquício de referencialidade e toda a marca de projecção espacial convencionada. Sob o signo da ambiência das obras de Bosch, em cujas Tentações se inspira e homenageia no título deste trabalho, o artista, assistido pelo automatismo e as técnicas do acaso, inventa novos espaços formais não euclidianos. Um espaço mental, inexistente, surge do magma de manchas indefinidas, de factura uniforme, pela sobreposição de sucessivos estádios matéricos, muito fluidos, em que escorrências e pinceladas verticais, depois atravessadas ou unidas por linhas de forte gestualismo, transformam os planos anteriores em aberturas espaciais que complexificam o espaço. Manchas informes, sem centro, criadoras da sua própria espacialidade que na sua fluidez e sobreposição tornam-se dinâmicas, inserindo no espaço uma dimensão temporal.

Maria Jesús Ávila