Casting

, 2000

João Onofre

Vídeo (DVD), cor, som, 12' 59''

Inv. 2583
Historial
Adquirido pelo Estado à I-20 Gallery, Nova Iorque, em 2002.

Exposições
Lisboa, Madrid, 2001; Lisboa, 2001, capa, cor; Turim, 2001; Nova Iorque, 2001, s.n.º, cor; São Francisco, 2001, 19, cor; Lisboa, 2001, s.n.º, cor; Veneza, 2001; Lisboa/ Santiago de Compostela, 2003, 26-31, cor, Lisboa, 2006, Lisboa, 2012.

Bibliografia
Arte Ibérica, 2001, capa, cor; Disseminações, 2001, capa, cor; João Onofre, 2001, s.n.º, cor; New Portuguese Culture Festival 2001, 2001, 19, cor; Novas aquisições e doações 2000/2001, 2001, s.n.º, cor; VIDAL, 2001, 8, cor; ALMEIDA, 2003, 12; João Onofre: Nothing will go wrong, 2003, 26-31, cor; LOBO, 2003, 43; Outras alternativas…, 2003, 143; PINHARANDA, Lisboa, 2003, 15; PISSARA, 2003, 30; PORFÍRIO, 2003, 37; RATO, 2003, 17.
As contaminações entre a cultura do entretenimento e a artística, são uma das práticas recorrentes no trabalho de João Onofre. Neste vídeo, em particular, marcante da sua obra, o artista colocou um grupo de modelos, reunidos sob uma proposta de casting, a declamar a frase emblemática e clímax dramático do filme neo-realista italiano, Stromboli, de Rosselini: “che io abbia la forza, la convizione et il coraggio” (que eu tenha a força, a convicção e a coragem). Produz-se, desta forma, um abismo cultural e de identidade, entre uma frase que apela ao sentido de sacrifício e de superacção dos limites individuais e a forma narcísica com que a maioria dos modelos encara a declamacção da mesma. Esta discrepância entre o contexto político da frase e a sua vivência sem história permitem-lhe suscitar uma reflexão crítica sobre os modelos de configuracção da imagem e da sua relação com os conceitos de entretenimento na sociedade contemporânea. Esta abordagem crítica serve-se também do próprio meio do vídeo, e da sua utilizacção consumista e publicitária, para veicular o modo de banalizacção das mensagens.

Emília Tavares