A curva de Mobius

, 1979

José Escada

Óleo e acrílico sobre cartão prensado

36,5 × 56 cm
assinado e datado
Inv. 2143
Historial
Adquirido pelo Estado em 1979.

Exposições
Lisboa, 1979, 4, p.b.; Queluz, 1989.

Bibliografia
Óleos de Escada, 1979, 4, p.b.
Esta obra integra-se na última série de trabalhos desenvolvidos pelo artista, nos quais sintetiza questões formais, concetuais e estéticas desenvolvidas desde os anos 50. Um regresso à pintura, onde utiliza como fundo a reprodução, em padrão contínuo, das figuras recortadas que caracterizaram o seu vocabulário formal. Sobre uma base a preto, as imagens surgem alinhadas em colunas verticais de diferentes escalas, pintadas a branco, com um trabalho de claro-escuro que cria o efeito de dobragem e relevo, em formas recortadas em simetria. Por cima destes elementos, uma linha oblíqua, com as cores translúcidas do arco-íris, cruza a pintura desde o canto superior esquerdo ao inferior direito, penetrando, a meio, numa mancha que se impõe pela sua presença enigmática. A banda de Möbius serve como referente para esta forma circular, desenhada como uma curva fechada, com grosso contorno a preto, que se retorce no seu curso. No centro da banda, um azul profundo arrasta uma sombra, também ela translúcida, projetada sobre o padrão de base. O conceito peculiar de Möbius está ainda presente na ausência de possibilidade de orientacção nesta composição abstracta, com vários elementos que se articulam e sobrepõem, em situações formais e cromáticas que se tornam ambíguas. Apenas a assinatura do autor serve como fator de orientacção.

Adelaide Ginga
 

Outras obras do artista