Câmara

, 1995

Alexandre Estrela

Vídeo, VHS transferido para DVD, sem som, p.b., 1440’, projeção sobre espelho convexo
Inv. 2612
Historial
Adquirido pelo Estado ao artista em 2001.

Exposições
Lisboa, 2002; Lisboa, 2004.

Bibliografia
BARRO (et. al.), 2003, 46-47.
A imagem de uma máquina de filmar ocupa toda a projeção e sobreposta à objetiva um espelho convexo devolve a imagem de quem observa. No canto superior direito do ecrã aparece a indicacção precisa da hora em que o espectador presencia a imagem. Uma ambiguidade profunda estabelece-se com a ideia de presente que o dispositivo da instalação reforça através da integracção do reflexo do visitante e da sincronizacção da hora registada no vídeo com a que o espectador vive. Tratando-se de um registo vídeo é próprio deste medium devolver experiências do passado sob forma de registo visual e eventualmente sonoro. Mas é isso que o espectador não encontra, sendo antes devolvido para o imediato do presente. A máquina de filmar é ela própria apresentada como o registo no preciso momento em que é observada. Na medida em que as determinações históricas do vídeo o implicam no rebatimento de um passado para o presente, o medium é, nas circunstâncias deste trabalho, levado à sua utopia fundindo o presente no próprio presente. O presente dá-se a pensar a partir de si e não de um tempo que lhe é exterior.

Pedro Lapa