Os refugiados

, 1952

Franklin Figueiredo

Prova fotográfica em gelatina sal de prata (cloro brometo)

30 × 40 cm
Inv. 2918
Historial
Doação de Edite Ferreira Silvério Figueiredo em 2006.

Exposições
Angola, 1952; Vila Franca de Xira, 2009, 63, p.b.; Cuenca, 2010.

Bibliografia
TAVARES, 2009, 148, p.b.
Neste retrato de estúdio, a intensidade dos contrastes corrobora o dramatismo do assunto, conferindo a toda a imagem uma intensidade cenográfica. Figueiredo confessava-se admirador de Yousuf Karsh, o aclamado fotógrafo das grandes figuras públicas, do cinema à política, cuja estética incidia precisamente sobre o adensamento dos contrastes entre figura e fundo, de modo a ressalvar a expressividade dos retratados. Neste retrato de gente anónima e desfavorecida, o fotógrafo utiliza o mesmo princípio técnico, mas desloca-o para um assunto que colide com a exposição que a fotografia expressa. A contemporaneidade muito tem debatido a ética das imagens que se apresentam como um humanismo espectáculo. Na década de 50, contudo, este retrato podia ainda ser produzido e visto como a «genuína» estética do humanismo comprometido, que no pós-guerra marcaria grande parte da fotografia então realizada.

Emília Tavares