Geometrical reconstructions and figure with roses #9

, 1987

Júlia Ventura

Cibachrome montada s/ plexiglas

75 × 107 cm
assinado e datado
Inv. 2816
Historial
Doacção de Manuel dos Santos em 2002.

Exposições
Paris, 1988; Lisboa, 1997, 58, cor; Lisboa, 2002; Castelo Branco, 2004, 67, cor; Lisboa, 2004; Porto/ Otterlo, 2004, 71, cor; Lisboa, 2006; Lisboa, 2008; Lisboa, 2008; Lisboa, 2010; Lisboa, 2012.

Bibliografia
BRUINSMA, 1987, 49-51; GOTTLIEB, 1987, 7; VAN DEN BERGH, 1987, 19; BORUM, 1991, 10; Manhã Popular, 1997, 24; MARTINS, 1997, 18-19; MARTINS, Celso, 1997, 22-23; OLIVEIRA, 1997, 14-15; PINHARANDA, 1997, 16; POMAR, 1997, 24-25; SILVA, 1997, 33; LAPA, Pedro (et. al.), 1997, 60, cor; LAPA, 2003, 23; RAMOS, 2004, 71, cor; TAVARES, 2004, 67, cor.
Júlia Ventura ao assumir artificialmente os signos da passividade feminina, devolve-os ao entendimento patriarcal como exacerbadas posturas kitsch que este reserva para a representacção feminina. Por isso, estas imagens devolvem com ironia a pretensão de uma anterioridade socialmente codificada dos modelos de representacção. Nestes trabalhos, são apropriadas obras modernistas de diversos períodos que vão do suprematismo à abstracção pós-moderna. A neutralidade do formalismo modernista ao fazer recurso da anterioridade significante da pintura de forma ascética é assim criticada. A superfície idealizada e pura onde o modernismo inscreveu as suas imagens é aqui confrontada com uma imagem ostensivamente feminina e sobre a qual são inscritas as referidas citações. O confronto destas duas situações tão diversas revela duas polaridades sexuais: uma dissimulada porque recalcada; a outra simulada porque enfatizada. Em ambas o que aparece é a pregnância do sexual na constituição da imagem.

Pedro Lapa