Geometrical reconstructions and figure with roses #5

, 1987

Júlia Ventura

Cibachrome montada plexiglas

75 × 107 cm
assinado e datado
Inv. 2815
Historial
Doacção de Manuel dos Santos em 2002.

Exposições
Amesterdão, 1987; Roterdão, 1989; Porto, 1991, 6, cor; Lisboa, 1997, 60, cor; Lisboa, 2002; Castelo Branco, 2004, 65, cor; Porto/ Otterlo, 2004, 72, cor; Lisboa, 2008; Lisboa, 2008; Lisboa, 2010, Lisboa, 2012.

Bibliografia
BRUINSMA, 1987, 49-51; GOTTLIEB, 1987, 7; VAN DEN BERGH, 1987, 19; DELFGAAUW, 1989, 25; ALMEIDA, 1991, 74; Artes e Letras, 1991; BARRO, 1991, 142; Comércio do Porto, 1991; GUIMARÃES, 1991, 11; Júlia Ventura: Temas de observacção e de encantamento, 1991, 6, cor; OLIVEIRA, 1991, 31; Manhã Popular, 1997, 24; MARTINS, 1997, 18-19; MARTINS, Celso, 1997, 22-23; OLIVEIRA, 1997,
Júlia Ventura ao assumir artificialmente os signos da passividade feminina, devolve-os ao entendimento patriarcal como exacerbadas posturas kitsch que este reserva para a representacção feminina. Por isso, estas imagens devolvem com ironia a pretensão de uma anterioridade socialmente codificada dos modelos de representacção. Nestes trabalhos, são apropriadas obras modernistas de diversos períodos que vão do suprematismo à abstracção pós-moderna. A neutralidade do formalismo modernista ao fazer recurso da anterioridade significante da pintura de forma ascética é assim criticada. A superfície idealizada e pura onde o modernismo inscreveu as suas imagens é aqui confrontada com uma imagem ostensivamente feminina e sobre a qual são inscritas as referidas citações. O confronto destas duas situações tão diversas revela duas polaridades sexuais: uma dissimulada porque recalcada; a outra simulada porque enfatizada. Em ambas o que aparece é a pregnância do sexual na constituição da imagem.

Pedro Lapa