Cabeça

, c. 1913

Guilherme Santa-Rita

Óleo sobre tela

65,3 × 46,5 cm
Inv. 2963
Historial
Oferecido pelo autor a Manuel Jardim. Transitou para a colecção de Henrique de Vilhena, que mais tarde o doou ao Estado. Pertenceu à colecção da Secretaria de Estado da Cultura. Depositado no MNAC– Museu do Chiado em 1994 e incorporado em 2007.

Exposições
Paris, 1968, 33, p.b.; Bruxelas, 1968, 33, p.b.; Madrid, 1968. 33, p.b.; Lisboa, 1975, s.n.º, p.b.; Brasília, 1976, 6, p.b.; Lisboa, 1976, 1; Rio de Janeiro, 1976, 6, p.b.; São Paulo, 1976, 6, p.b.; Londres, 1978, 117, p.b.; Porto, 1980, 68, p.b.; Porto, 1985, 35, p.b.; Castelo Branco, 2001, 9, cor; Lisboa, 2009; Lisboa, 2010.

Bibliografia
Art portugais: peinture et sculpture (...), 1968, 33, p.b.; Arte portugués: pintura y escultura (…), 1968, 33, p.b.; GONÇALVES, 1972, 284, cor; FRANÇA, 1973, 371, cor; FRANÇA, 1974, 53, p.b.; Exposição de 100 Obras do Património do M.C.S., 1975, s.n.º, p.b.; Arte Portuguesa Contemporânea, 1976, 6, p.b.; GONÇALVES, 1976; Informação Cultural, 1976, 17, p.b. Portuguese art since 1910 (…), 1978, 117, p.b.; Pintura Portuguesa: Obras Destinadas (…), 1985, 43, p.b.; Programa e Elenco das Obras (…), 1985, 43, p.b.; GONÇALVES, 1986, s.n.º, cor; GONÇALVES, 1986, s.n.º, cor; MARÍN, 1986, 90, p.b.; CHAVES, 1989, 101, cor; MARÍN, 1989, s.n.º, p.b.; Arte Portuguesa, 1992, 1992, 17, cor; SILVA (et al.), 1994, 235, cor; GONÇALVES, 1998, 32, cor; SILVA , 1998, 14, cor; FRANÇA, 1999, 30, cor; «Modernismo sem vanguarda», 2000; A Grande História da Arte (…), 2006, 316, cor; SANTOS, 2001, 55, cor; PINHARANDA, 2009, 41, cor.
O mistério envolve esta pintura inacabada, verdadeira obra axial do Primeiro Modernismo português. Mentor, estímulo e motor do Movimento Futurista entre nós, Santa-Rita deixou uma escassa produção, sendo as suas obras mais emblemáticas apenas conhecidas através de fotografia – e nenhuma delas apresenta a qualidade radical e coerência formal que esta obra revela. Nela, a assunção dos valores do Cubismo analítico evidencia-se na desconstrução da cabeça em facetas de recorte triangulado e, inusitadamente, curvo. O referente dos olhos, do nariz e do bigode, este metaforizado a partir das aberturas sonoras dos instrumentos de corda, são outros tantos elementos provindos da prática cubista, assim como o pontilhado que se destaca numa das reservas. Contudo, a utilização estrita do negro e cinzentos de sabor metálico reforça o carácter maquinista da figura, reforçado pela dinâmica curvilínea dos planos, numa síntese inédita entre o Cubismo e o Futurismo.

Raquel Henriques da Silva