O Gil

, 1933

Francisco Franco

Bronze
27,5 × 22,5 × 20 cm
Inv. 1517
Historial
Fundição financiada pelo Estado em 1952, a partir do original, em barro cozido, pertencente à Academia Nacional de Belas-Artes.

Exposições
Lisboa, 1923, 165; Lisboa, 1937, 120; Lisboa, 1966, 25.

Bibliografia
5 Independentes, 1923, 165; 1.ª Exposição de Arte Retrospectiva (…), 1937, 120; Exposição Retrospectiva (…), 1966, 25; SILVA (et al.), 1994, 177, cor; MACEDO, 1953, 6-7, p.b.; MACEDO, 1956, 5, p.b.; NUNES, 2005, 310.
Esta escultura marca um momento extremo do interesse de Francisco Franco pela modernidade. Embora não datada, esta peça terá sido realizada em 23 na continuidade do entendimento que a Rapariga francesa programava já. Todavia a relação entre os vários volumes escultóricos assume uma dimensão mais radical. Os ombros estão assim reduzidos a secções de uma esfera achatada, o cachecol funciona como volume de encaixe da cabeça cujo cabelo se reduz a uma calote esférica. A infantilidade do rosto é dada pelas bochechas salientes e pelo queixo reduzido. A comparação com o Busto de Picasso, realizado por Pablo Gargallo em 1913, impõe-se com evidência, mas é na recusa de algumas marcações lineares deste que a presente peça se revela numa assunção de valores modernos dentro de uma tradição escultórica purista, que recusa a interferência do desenho, marca que em Gargallo se aproxima do caricatural.

Pedro Lapa