Alexandre O’Neill

Lisboa , 1924 Lisboa , 1986

No campo das artes plásticas a sua produção foi exígua, mas de grande qualidade, como demonstram os escassos exemplos que nos chegaram, limitados à colagem A linguagem (exposta na Primeira Exposição do Grupo Surrealista de Lisboa), à novela A ampola miraculosa (editada na colecção Cadernos Surrealistas), a alguns desenhos automáticos e aos registos fotográficos de duas obras, datadas de 1947. Todos revelam o desejo de experimentação que movia o artista, interessando-se por um automatismo controlado e pelo acaso, que procura através do sopro, do desenho automático e da ocultação, descoberta por ele na literatura, por António Domingues nas artes plásticas e depois amplamente desenvolvida por Fernando Azevedo. Existem fontes documentais de que realizou também fotomontagens, em parte desaparecidas, como as realizadas para Corpo visível, de Mário Cesariny, expostas na 2.ª Exposição d’Os Surrealistas, grupo com o qual se relacionou, entre 1950 e 1951, depois de abandonar o Grupo Surrealista de Lisboa, de que foi um dos seus fundadores.

Maria Jesús Ávila