Carlos Reis

Torres Novas , 1863 Torres Novas , 1940

Ainda estudante da Academia de Belas-Artes de Lisboa, participa em 1886 e 1887 nas exposições do Grupo do Leão. De origens modestas, teve grande suporte no príncipe herdeiro D. Carlos, que lhe financiou os estudos na Academia e posteriormente em Paris, como pensionista do Estado.
Em 1895 regressa a Lisboa, sucedendo a Silva Porto como professor de Paisagem na Escola de Belas-Artes. As pinturas que apresenta nos salões do Grémio Artístico e da SNBA, de grandes dimensões, introduzem uma exuberância colorista inédita no Naturalismo português. Foi igualmente um retratista apreciado, respondendo a inúmeras encomendas.
A partir de 1910, constitui com alguns alunos o grupo “Ar Livre”, mais tarde denominado “Silva Porto”, que prolongará a estética naturalista pelas primeiras décadas do século XX.
Nomeado director do Museu Nacional de Belas-Artes em 1905, foi igualmente o primeiro director do Museu Nacional de Arte Contemporânea, com o advento da República. Monárquico assumido, seria substituído por Columbano em 1914.
A partir dessa data, inicia uma fase de descoberta da serra da Lousã, onde constrói atelier em 1918, e se fixa definitivamente, desenvolvendo a sua pintura de paisagem e colhendo inspiração nos costumes locais.

Carlos Gonçalves