Jorge Martins

Lisboa , 1940

Frequentou os cursos de Arquitectura e Pintura da ESBAL entre 1957 e 1961. Em 1958 iniciou-se na técnica de gravura na Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses. A conjuntura político-social portuguesa leva-o a partir, em 1961, para Paris, num “exílio” que duraria até 1986 e que apenas seria interrompido por uma estadia em Nova Iorque entre 1975 e 1976. Na capital francesa convive com os pintores Júlio Pomar, Arpad Szenes e Vieira da Silva e com o grupo KWY. Concebendo no início da sua carreira obras de pendor neofigurativo, Jorge Martins virá a desenvolver uma pesquisa artística centrada no tratamento da luz e nos modos de materialização do invisível, criando uma linguagem que em alguns momentos se aproxima do abstracionismo. A evolução do seu trabalho leva à conceção de pinturas marcadas pelos fundos saturados neutros, onde se distribuem, por vezes de um modo barroquizante, formas simples de cor ou palavras. A figura humana marca presença regular na sua pintura, sendo que as tensões entre figuração e abstracção nunca abandonarão a sua obra. Jorge Martins dedicou-se também à ilustração, ganhando em 1984 o Prémio Gulbenkian de Ilustração de Literatura Infantil. Foi distinguido com o Prémio de Aquisição na Exposição de Arte Moderna do Museu do Funchal (1967), Prémio AICA (1971 e 1988), Prémio de Desenho da III Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1986) e Prémio de Consagração CELPA / Vieira da Silva (2003).

Joana Baião