João Penalva

Lisboa , 1949

Após um percurso inicial ligado à dança contemporânea entre 1968 e 1976, chegando a integrar a companhia de Pina Bausch (1973-74) e criando com Jean Pomares a The Moon Dance Company (1976), frequentou o Chelsea School of Art (1976-81), em Londres, com uma bolsa da Fundacção Calouste Gulbenkian, local onde ficou residência desde essa época. Começou por dedicar-se à pintura, no entanto, a partir dos anos 90, começou a trabalhar outros media, filme, fotografia e instalação, construindo um corpus de trabalho em que a palavra e a imagem são estruturais. Os temas que percorrem a sua obra recorrem a uma multiplicidade de meios como a literatura, o ready-made ou o material de arquivo e implicam, regra geral, um apurado trabalho de investigacção que é integrado no conceito da obra final. O processo comunicacional na sua diversidade e heterogeneidade são um dos elementos preponderantes do seu trabalho, explorado tanto do ponto de vista formal como teórico, em complexas narrativas reais e ficcionadas. A sua obra tem tido uma significativa projeção internacional, tendo representado Portugal na Bienal de São Paulo de 1996 e na Bienal de Veneza de 2001. Expôs também nas Bienais de Melbourne (1999), e Sidney (2001 e 2002). Tem exposto regularmente em Portugal e no estrangeiro. Foi o artista convidado do programa de residências da DAAD Gallery, em Berlim, em 2003-2004, e em 2009 ganhou o Bryan Robertson Award, (2009), uma das mais relevantes distinções no âmbito da arte contemporânea. Em 2011 e em 2012 a sua obra teve uma exposição retrospetiva na Fundacção Calouste Gulbenkian e na Brandts Kunsthallen na Dinamarca, respectivamente.

Emília Tavares