Jorge Pinheiro

Coimbra , 1931

Formou-se em Pintura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto com a nota final de 20 valores, ingressando de seguida no seu corpo docente. Começa a expôr em 1954 e a título individual partir de 1958. Em 1968 junta-se a outros colegas que obtiveram a mesma classificação final de curso, constituindo o grupo Os Quatro Vintes (até 1972). A sua produção inicial é marcada pela figuração, que se enquadra, formalmente, no Expressionismo. No entanto, depois de duas experiências no estrangeiro, apoiadas pela Fundação Calouste Gulbenkian, visitando, em 1966, vários países da Europa e estudando Semiótica da Pintura em Paris (1969-1970), a sua produção segue pela via do abstracionismo, influenciada pelas novas tendências artísticas internacionais - Pop Art, Op Art, Arte Cinética e Minimalismo. As suas obras definem-se, então, por campos cromáticos que introduzem uma abordagem mais objetual, lúdica e dinâmica da pintura, que abandona o seu formato tradicional para se desenvolver em formulações variadas. Ainda nos anos 70, dá-se o regresso à figuração em relação com a temática da religiosidade e do misticismo, que acompanha a recuperação da bidimensionalidade da pintura, mas mantendo a cor como elemento determinante da composição ao mesmo tempo que afirma um desenho rigoroso das figuras. A sua obra tem sido premiada nacional e internacionalmente. Entre os diversos prémios constam: Certificat of the International Board for Young People (1973), Prémio Gouvernement Princier de Mónaco (1989) e o Prémio da Associação Internacional dos Críticos de Arte (2003). Em 2002 a Fundação Calouste Gulbenkian organizou uma exposição retrospetiva da sua produção.

Leonor Oliveira