O rio Douro

, 1935

Dordio Gomes

Óleo sobre madeira

50 × 60 cm
assinado e datado
Inv. 1085
Historial
Doação de Diogo de Macedo em 1945.

Exposições
Lisboa, 1935; Porto, 1946; Luanda, 1948, 68; Lourenço Marques, 1948, 68; Veneza, 1950, 10; Lisboa, 1956; Coimbra, 1958, 24; Porto, 1958, 24; Guimarães, 1958, 24; Lisboa, 2006; Lisboa, 2010.

Bibliografia
1.ª Exposição de Arte Moderna do SPN, 1935; PAMPLONA, 1943, 285; 20 Anos de Pintura (…), 1946; Exposição de Arte Portuguesa em Luanda (…), 1948, 68; Participação Portuguesa na XXV Bienal de Veneza, 1950, 10; PAMPLONA, 1954, 302; 30 Anos de Cultura em Portugal (…), 1956; GOMES, 1956, 10; Exposição de Pinturas de Dordio Gomes, 1956, 10; Exposição Itinerante de Algumas Obras de Pintura (…), 1958, 24; MENDES, 1958, p.b.; FRANÇA, 1974, 168; SILVA (et al.), 1994, 223, cor.
Realizado no mesmo ano de Barredo, este óleo apresenta uma paisagem mais descomprometida do pitoresco local e com tratamento mais espontâneo. A profundidade de campo é dada pela gradação dos planos que constituem o rio e as serras de uma paisagem interpretada em contra-luz. Os barcos sombrios e os cais dão à água, por contraste, grande transparência tímbrica. Esta é apresentada por planos gradados que reflectem a luminosidade do céu e as montanhas. Embora a pintura seja esboçada com uma certa rudeza, patente nos barcos, no casario ou nas montanhas, contrasta com a subtileza da luz redescoberta num afastamento inevitável de um Modernismo assimilado com limitações definidas e num claro retrocesso a uma poética de cariz oitocentista. O tom melancólico que envolve a paisagem, por via do trabalho da luz, presentifica um lirismo que é sintoma e escape da insolubilidade de propostas modernas afloradas na década anterior.

Pedro Lapa
 

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